Nuclear não lembra a ninguém

23 04 2010

O nosso País continente e ilhas, é riquíssimo, repito, riquíssimo em recursos energéticos renováveis sendo esta a verdadeira alternativa energética a médio e a longo prazo e sem qualquer risco.

O nuclear como opção energética para Portugal e por Portugal, não faz qualquer sentido, pois não somos um país emergente (todos os dias as necessidades de consumo de energia nestes países que aqui referencio actualmente aumenta cerca de 10,9 por cento) como os casos dos países China e Índia entre outros. Em casos como o que refiro acima julgo que sim, que entre escolher uma central termoeléctrica a carvão ou diesel e centrais nucleares, eu como cidadão do planeta terra actualmente prefiro a nuclear como alternativa.

Em Portugal os “lobbies destrutivos” continuam a pressionar os governos. Faz todo o sentido apostar cada vez mais nas energias renováveis, mas sobretudo deforma a que cada vez mais sejam descentralizadas, por exemplo a microgeração e a minigeração, desta forma sim, a energia é produzida e consumida de imediato, não só pelo produtor (microprodutor) como também por outros consumidores dentro da zona envolvente.

Veja-se o caso de Espanha, o primeiro-ministro Zapatero no parlamento espanhol informou (há cerca de cinco anos) que pretende, a partir de 2012, 2014, começar a desactivar as actuais centrais nucleares existentes, não apostar mais neste tipo de energia, mas sim investir em energias derivadas de fontes renováveis, como seria de esperar até a oposição bateu palmas, pois desta forma os governos espanhóis (actual e futuros) pretendem dar o bom exemplo a seguir em todos os países que disponham de muitos e diversos recursos energéticos “limpos”.

Ora destes recursos não falta nada a Portugal, temos tudo, mas será que não teremos a coragem politica suficiente para contrariarmos de uma vez por todas as intenções e pretensões deste género. Até o senhor Governador do banco de Portugal Dr Vítor Constâncio divulgou publicamente que a melhor solução energética seria o Nuclear, o senhor com certeza é um óptimo profissional (?) naquilo que sabe fazer, (gerir o Banco de Portugal e…, e alertar para as questões de economia) mas no que diz respeito a energias renováveis, não sabe do que fala, se quer saber terá que perguntar a quem sabe e que todos os dias aborda e trata na pratica estas questões.

Claro que eu sou da opinião, e afirmo-o com muita convicção e com fortes argumentos, que para Portugal a melhor solução energética passa pela constante aposta nas energias renováveis, e perdoem-me a pouca modéstia, mas o sector solar fotovoltaico e solar térmico, é sem duvida a melhor opção para o nosso país!
Claro que existem ainda, o vento, biomassa, ondas, hídrica, etc. e todas estas são energias limpas.

Quando ouvi o senhor governador do banco de Portugal informar que a crise que o nosso país atravessa actualmente é sobretudo por questões energéticas, (também, mas não a mais importante diria eu!) e logo de seguida afirmar e divulgar que o nuclear terá se ser uma das alternativas que o nosso país terá de seguir, até me pareceram as palavras do senhor Patrick Monteiro, um dos principais responsáveis em promover o nuclear e instalá-lo a toda a força e a qualquer preço em Portugal, uma vez mais os lobbies destrutivos quererem, pretendem funcionar, mas se estes lobbies promovessem as renováveis não me importaria, (desde que com peso e medida, o que normalmente chamamos de bom senso) agora uma energia que se pode considerar “um pau com dois bicos” é que não faz sentido, e não lembra a ninguém!

Mensagem final a todos os governantes e a todos os portugueses: nunca ir pelo caminho mais fácil, (quem se mete em atalhos mete-se em trabalhos) perguntar sempre a quem muito sabe sobre estes assuntos, para isso existem as associações envolvidas nestas áreas, neste caso e em particular a APISOLAR – Associação Portuguesa da Industria Solar, estará sempre disponível para contribuir positivamente no desenvolvimento sustentável deste sector, por ultimo gostaria de informar e ao mesmo tempo relembrar que centrais nucleares já as temos há muitos anos “juntinhas” às fronteiras com Portugal, mas essas centrais são espanholas, e se algo correr mal os primeiros a sentirem os seus efeitos numa larga escala serão os portugueses.

Desejo a todos (aqueles que os não tem) melhores pensamentos e colocar em pratica os estudos que já existem como alternativas sobre soluções energéticas sustentáveis e eficientes para Portugal, e todas elas derivadas de renováveis, e não os voltar a deixar esquecidos nas profundas gavetas muito escuras!

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Nota do editor: este artigo foi-nos enviado por Carlos Campos e reflecte apenas a sua opinião sobre o tema da energia nuclear. A ME está, obviamente, disponível para publicar artigos favoráveis à adopção desta energia em qualquer altura.





Plano energético do governo posto em causa

31 03 2010

Depois de um grupo de empresários ter assinado um manifesto que pedia uma reavaliação dos investimentos públicos apontados pelo Governo, em Junho de 2009, chega agora a vez de o plano nacional de energia ser visado por um documento semelhante.

Segundo o jornal i, este manifesto está contra a política energética apresentada por Sócrates e tem como subscritores Mira Amaral, Campos e Cunha e ex-ministros do Governo de Cavaco Silva (Miguel Cadilhe, Valente de Oliveira, Cardoso e Cunha e João Salgueiro), além de notáveis do PSD como António Borges, Alexandre Relvas e Alexandre Patrício.

O mesmo jornal refere ainda que, embora a expressão “energia nuclear” não faça parte do documento, os subscritores contactados «reconhecem que são favoráveis à discussão ao mais alto nível desta opção, em linha com o debate na Europa, mas sobretudo em sintonia com Espanha».

Campos e Cunha é um dos mais críticos da política energética do Governo e acusa Sócrates de subir os preços da electricidade, que são resultado dos subsídios criados para estimular a energia renovável.

Já Miguel Cadilhe, citado pelo i, avisa que é preciso «reavaliar a política energética do país», uma vez que «os preços estão a ser altamente subsidiados», facto que vai ter «graves implicações nas contas públicas».

Um dos próximos objectivos dos subscritores deste manifesto será pedir uma audiência com o Presidente da República.